terça-feira, 7 de agosto de 2012

quer entender Ezequiel 33:21-33, que menciona a informação da queda de Jerusalém para o profeta Ezequiel


Segundo Ezequiel 33, verso 21, a notícia da queda de Jerusalém teria chegado a Ezequiel no décimo mês do duodécimo ano, isto é, no ano 585 AC. Como o intervalo de dezoito meses entre o evento e a chegada da notícia parece muito longo, muitos comentaristas preferem ler “ano undécimo” em vez de “ano duodécimo”.
A predição de Ezequiel 24:26,27 de que a boca do profeta se abriria quando um mensageiro chegasse com a notícia da queda da cidade se cumpriu (verso 22). Ezequiel que estivera sob uma restrição desde o início de seu ofício profético (capítulo 3:26) pode desde este momento falar livremente.
A primeira mensagem desta nova fase de seu ministério tinha como tema à presunção dos israelitas que haviam ficado nos lugares desolados da terra de Judá (verso 24). Como os únicos sobreviventes no país consideravam-se os legítimos herdeiros da terra dada a Abraão em possessão. Esqueciam-se, porém, que seu título à terra dependia não do número, mas de sua qualificação moral. Aos olhos de Deus “não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne” (Romanos 3:28).
Os versos 25 e 26 mostram como estes judeus estavam mal qualificados para possuir a Terra Prometida. Testificavam por sua conduta abominável que não se haviam arrependido dos pecados que tinham resultado do desastre nacional. Viviam como se não tivessem ouvido as mensagens de Jeremias os convidando ao arrependimento. Sua conduta não era melhor do que a dos habitantes originais do país, que tinham sido exterminados por causa de suas abominações.
A menos que se convertesse, este remanescente do povo de Judá que tinha escapado à espada e ao exílio, teria de beber até à última gota o cálice da indignação divina (versos 27 a 29). Os capítulos 40 a 44 de Jeremias mostram como de fato o resto dos judeus que ficaram no país acabou sendo dizimado pela violência resultante de sua rebelião e impenitência.
A mensagem dos versos 30 a 33 aplicava-se particularmente aos judeus em meio dos quais Ezequiel vivia no exílio. Tudo indica que o prestígio de Ezequiel crescera com a passagem dos anos. Os exilados não mais podiam negar que houvesse um profeta no meio deles. Em suas casas e pelas ruas teciam comentários favoráveis a seu respeito. Não desdenhavam mesmo consultá-lo quando julgavam conveniente.
Vinham, porém, mais por curiosidade do que pelo desejo de ouvir seus conselhos. Tratavam-no publicamente com uma certa deferência, mas no fundo só ambicionavam vantagens pessoais. Respeitavam Ezequiel como quem respeita um artista nacional capaz de improvisar canções ao som de uma guitarra. Mas não lhe reconheciam a autoridade de um profeta que falava em nome do Senhor. Eram bastante sofisticados para apreciar a beleza literária de suas mensagens, mas demasiados incrédulos para aceitá-las como vindas de Deus.
Quando, porém, viessem as calamidades anunciadas então saberiam demasiado tarde que houve um profeta no meio deles.

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