O texto de hoje tem uma aplicação interessante de um antigo relato bíblico. O que os “outros” estão vendo em nossa casa?
O rei Ezequias havia adoecido de uma enfermidade grave, mas o Senhor ouvira sua prece e lhe tinha restaurado a saúde. Ao lhe anunciar Isaías que o rei seria o objeto da graça divina, deu-lhe também um sinal: a sombra lançada pelo sol retrocederia dez graus no relógio do palácio. A verdadeira natureza desse prodígio nos escapa, mas aparentemente o fenômeno foi observado na Mesopotâmia distante. Merodaque-Baladã, rei da Babilônia, mandou uma embaixada congratular Ezequias por haver convalescido. Agora, percebe-se que Merodaque Baladã tinha segundas intenções, e seu objetivo principal era alistar Ezequias como aliano em sua oposição à Assíria.
Lisonjeado com a vinda dos mensageiros, Ezequias não hesitou em lhes mostrar todos os seus tesouros e todo o seu arsenal de guerra. Sem o saber, Ezequias estava sendo submetido a um teste; e falhou redondamente. Diz o cronista: “Deus o desamparou, para prova-lo e fazê-lo conhecer tudo o que lhe estava no coração” (II Crônicas 32:31).
A nós também é feita a pergunta pelo mensageiro celeste: estes visitantes que acabam de sair, “que viram em tua casa?”
As casas podem ser divididas em três classes. Primeira: casa em que só se veem coisas: o rico mobiliário, as cortinas vistosas, a prataria impressionante. Tais casas são verdadeiros museus, pouco mais do que isto. Segunda: casas que se veem pessoas. Um chefe de família prepotente ou afável; uma dona de casa prendada ou vaidosa; crianças, que por vezes, dominam o ambiente como pequenos tiranos ou verdadeiros ídolos. E, finalmente, casas nas quais o visitante é impressionado não por coisas ou pessoas, mas pelo clima de paz e piedade que ali reina. São casas de onde o visitante sai reconfortado em sua fé, porque ali respirou a atmosfera do céu.
Numa certa ocasião, os gregos que visitavam Jerusalém se dirigiram a um dos discípulos com um pedido urgente: “Senhor, queremos ver a Jesus” (João 12:21). É possível que, quem nos visite, no íntimo nutra o desejo de “ver a Jesus”. Haveremos de desapontá-lo?
Ezequias perdeu uma magnífica oportunidade de testificar a favor do Deus que lhe concedera uma grande bênção. Cometeremos nós o mesmo erro?
“Que viram em tua casa?”
(Siegfrid J. Schwantes)
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